terça-feira, janeiro 24, 2017

com eles no sítio


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Uma mulher fantástica, esta Gina Miller, Tenho um enorme respeito por pessoas assim.

10 comentários:

Jaime Santos disse...

Passe o politicamente correto, deixemos de utilizar esses termos para falar de homens e sobretudo de mulheres. Implicitamente eles queriam dizer que a coragem não era atributo feminino. Miller vem de uma longa e ilustre linhagem que prova exatamente o contrário.

R. disse...

Meu caro, não sacrifico ao politicamente correcto, que abomino. Além disso., se eu chamar filho da puta a alguém, não estou a querer dizer que a mãe vende o corpo; ou quando digo a um amigo, "meu cabrão", não lhe estou a chamar cornudo. Quanto às mulheres, sei muito bem o que são e o que valem. Vivi e vivo com muitas.

Jaime Santos disse...

Nunca sugeri que não soubesse, por isso não precisa de fazer prova de virilidade. Referia-me apenas ao que está implícito na utilização de tais vulgaridades. Vá lá, não seja suscetível. O politicamente correto quer simplesmente dizer que fazemos um esforço por não dizer tudo o que pensamos (o que qualquer pessoa bem educada faz), sobretudo em relação aos mais fracos (o que é no fundo uma cobardia). Eu só recorro à vulgaridade a brincar e na intimidade (ou quando estou sozinho e o trabalho me corre mal), até porque acho que a forma como falo determina a forma como penso. Mas, se calhar, só eu é que sou suscetível à linguagem que uso...

R. disse...

Meu caro, fui correcto o suficiente para não lhe dizer que achava despropositada a sua observação à forma, que não ao fundo. O estilo é o homem, como dizia o outro, e eu gosto de vulgaridades, como você lhes chama. Sou mesmo um gourmet dessas coisas.

O politicamente correcto, para lá das boas intenções, traz consigo o perigo do policiamento das palavras, e depois de tudo o resto. Começa nas locuções populares e acaba na censura aos livros do Mark Twain e do Monteiro Lobato.

E vou continuar a ser correcto consigo, pois uma vez que não o conheço, não poderei fazer-lhe justiça ou injustiça a propósito da sua observação a essa 'prova de virilidade' que você detectou. Talvez o tenha induzido em erro, mas quando me referi a essas muitas mulheres, estava a pensar em todas as que fazem parte do meu círculo familiar íntimo, das que me criaram, às que ajudei a criar. Prefiro, por isso, achar que se precipitou, no afã de replicar.

Jaime Santos disse...

Está esclarecido o sentido das suas palavras, e peço desculpa se eventualmente se sentiu ofendido com a minha réplica. Quanto à questão de achar despropositadas as minhas palavras, pode dizê-lo à vontade que eu posso bem com isso (desde que mantenha a correção a que me habituou, bem entendido). Quem comenta, deve estar preparado para ser contrariado. E desculpe discordar de si, mas não acho que o estilo faz o homem, o homem é que faz o dito estilo. E continuo a achar que a melhor forma de homenagearmos a coragem de Miller é fazê-lo em termos que sabemos que ela apreciaria. Eis tudo.

R. disse...

Não ofendido, mas mal entendido; mas tê-lo-ei induzido em erro, talvez porque a forma chã como gosto de me exprimir lhe causasse essa primeira impressão (o que, a ser verdade, me reduziria a um troglodita que, apesar de tudo, creio não ser...).

Não são as suas palavras que são despropositas, pelo contrário, mas a observação ao estilo. Há-de concordar que eu exprimo-me aqui como muito bem entendo, correndo o risco de desagradar a algumas pessoas, mas quanto a isso não há nada a fazer, porque o estilo 'é' o homem (e não 'faz' o homem, como escreveu), e esse é o meu estilo. E se o digo, é porque, podendo concordar ou discordar do que está escrito, entramos noutro tipo de julgamento que já não tem que ver com as opiniões expressas mas com questões mais pessoais, que não são para aqui chamadas.

Quanto à Gina Miller, não tenho dúvida que ela preferiria doutra forma, mas como não tenho a pretensão de ser lido por ela, isto fica à laia de desabafo e, se quiser, uma forma muito pessoal de homenagem.

Jaime Santos disse...

Meu caro, exprima-se como bem entender, não estou aqui para o censurar (não teria como fazê-lo, graças a Deus). Eu insurgi-me pela utilização de tais termos contra alguém que admiro, quanto à sua utilização noutros contextos, só você responde por si e eu não tenho lições a dar-lhe. E que fique claro que, embora não o conheça pessoalmente, já percebi bem pelas posições que toma que não é nenhum troglodita, a réplica que dei foi aos termos que julguei que tinha utilizado, que me tinham soado algo marialvas, quando não o eram. Mas, se o fossem, aí o estilo não seria definitivamente o homem... E quanto ao facto de que não irá ser lido por Miller, julgo que não o será, porque a senhora provavelmente não fala Português. Se falasse teria mais dúvidas. Perdoe-me a lisonja, mas algumas das citações que aqui nos traz são verdadeiras pérolas e valem bem a visita...

R. disse...

Ora ainda bem que vale a pena!
Quanto ao marialvismo, a sua observação não é completamente destituída de fundamento; não porque de alguma forma eu tenha essa triste visão da mulher, mas não há dúvida que o meio em que fui criado, na família alargada com muitos tios-avós, quase todos aficionados, caçadores, machistas, criaram um imaginário ao qual eu sou (criticamente) sensível. Claro que isso era compensado por outros familiares mais próximos cultos e atentos.Daí que reconheça em mim um curioso misto de conservadorismo e libertarismo, como, de resto, acontece a muita gente, em graduações diferentes.

Jaime Santos disse...

Meu caro, a minha família não tem esses pergaminhos, mas se tem um ramo republicano e libertário, a generalidade das pessoas eram igualmente conservadoras, como eu o sou em certos aspetos aliás, mormente no ceticismo em relação a soluções milagrosas, leia-se revolucionárias, para os nossos problemas. Por isso sei bem do que fala. Mas curiosamente (ou não tanto) foi com algumas dessas pessoas que aprendi o sentido de justiça, sobretudo com o meu avô, que apesar de analfabeto era um verdadeiro aristocrata no sentido de Aristóteles...

R. disse...

Não há pergaminhos nenhuns, mas uma realidade cultural muito característica da Estremadura, com uns apports ribatejanos, por vias matrimoniais.